Para ler e refletir
Solidariedade e Amor Fraterno
Ser solidário, saber doar-se e
amar ao próximo, parece fácil , mas não é!
Estive estes dias num encontro
para padrinhos e confesso que a princípio,
depois de um dia cheio de tarefas fui bem resistente e com a intenção de
participar para somente receber a autorização para eu batizar meu futuro
afilhado. As últimas semanas estavam bem sobrecarregadas e o tempo que me restavam à noite era para eu
poder estar com a família.
Durante os dois dias de encontro,
acabei me sensibilizando profundamente sobre um aspecto importante para todos
nós seres humanos, a arte da
solidariedade! A catequista Cidinha , que venho neste momento parabenizá-la
pelo seu amor e dedicação ao trabalho voluntário, começou o encontro nos perguntando de que forma estávamos
exercendo esta função na sociedade, ou seja, a solidariedade. Nos contou
brevemente , de forma acanhada e também indignada de como muitos de nós dizemos
que fazemos doações e exercemos a caridade, doando roupas, sapatos, dentre
outros.Mas o que ela nos contou , é que muitas das doações recebidas na
instituição em que é membro voluntaria , como roupas por exemplo , chegam amassadas,
emboladas e rasgadas e os sapatos,
chegam rasgados, encardidos e mal cheirosos,os
alimentos vencidos, utensílios quebrados
etc.
Isto não é doação, porque doar é
dar de coração, pode ser algo que nós não desejamos mais usar, mas que devemos
entregar de forma digna, pois é outro ser humano que irá receber nossas
doações.
No segundo dia ela nos relatou também
sobre a arte de ouvir, um exercício
que tenho falado muito também em meus treinamentos e palestras , pois não temos
mais tempo de ouvir as pessoas e principalmente ouvi-las com interesse, daí surgem
os grandes problemas nas relações
interpessoais, em casa com nossos filhos
e cônjuge, familiares, funcionários, amigos etc.
Em relação a arte de ouvir , Cidinha
também teve uma experiência comovente, pelo menos para mim foi muito
emocionante. Em seu trabalho voluntário ,a mesma costuma fazer visitas rotineiras em hospitais para levar a
eucaristia aos doentes. Certa vez em uma
das suas visitas, entrou em um quarto na enfermaria onde uma senhora que estava
no leito a chamou e perguntou se ela tinha um tempo para conversar, com um sorriso
ela respondeu que sim, e então, a senhora começou a falar sobre vários assuntos,
importantes da sua vida, parecia que ela precisasse desabafar, passado uma
certa hora, ela apertou a mão de Cidinha
e desfaleceu naquele momento. Ás
vezes o que apenas nos falta, é a disponibilidade para o outro.
Como será que anda nossa
capacidade em darmos atenção, vida, alegria, ao nosso próximo, mesmo aos que
estão a nossa volta, apenas por amor, sem nada em troca?
Quando formos fazer aquela bela
faxina para nos livramos e /ou jogarmos fora, vamos separar nossas doações com
mais amor e procurarmos olhar com
carinho na hora de embalarmos nossas roupas, sapatos, brinquedos etc. É só
mudarmos a maneira de olharmos.
Vamos rever nossos valores e buscarmos mais
significado em nossas ações em prol de um mundo mais justo, mais harmonioso e
mais solidário, porque Mais do que PARECER
é preciso SER para encantar!
Luciana Rondon -
Consultora e palestrante comportamental e motivacional.
www.lucianarondon.com.br